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Homenagem a Darcy de Mendonça Uchôa

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Neste domingo, destacamos mais um capítulo da História da SBPSP ao lembrar de um de nossos fundadores: Darcy de Mendonça Uchôa, que nasceu em 02 de junho de 1907, no estado do Alagoas, município de Camaragibe, filho de Alfredo de Mendonça Uchôa e de dona Idalina de Mendonça Uchôa.

Fez seus primeiros estudos em seu Estado natal, no Liceu Alagoano, concluído aos 14 anos. Foi então para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, mais tarde Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, formando-se em 1927, aos 20 anos. Regressou ao Alagoas, praticou durante dois anos medicina geral e cirurgia na Santa Casa de Maceió. Em 1929 veio para o Estado de São Paulo onde se radicaria definitivamente.

Durante cinco anos exerceu a medicina em Santana dos Olhos d’Água (Ipuã), Comarca de São Joaquim da Barra, e exerceu também atividades jornalísticas e políticas, chegando a vice-prefeito. Estudioso, interessado em ciências humanísticas, sentiu ser a psiquiatria a disciplina que mais se coadunava com sua personalidade e suas aspirações.

Estagiou no antigo departamento de assistência a psicopatas, hoje Coordenadoria de Saúde Mental. Em 1936 foi nomeado médico desse Departamento, com funções no Manicômio Judiciário, depois no Hospital do Juqueri (1941-43), Hospital Pinel e ambulatório de Higiene Mental, tendo se aposentado ao assumir a cátedra de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (1964).

Foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Psicanálise, em 1944, e fez análise didática com a Dra. Adelheid Koch, médica psicanalista alemã que veio ao Brasil durante a segunda guerra mundial para oferecer formação em psicanálise.

Em 1949 foi para Nova York, tendo acompanhado por cinco meses os trabalhos de Frieda From-Reichmann e cols, em análise de psicóticos no Chestnut Lodge Sanatorium, em Rockville. Faleceu em 2003.

Uchôa fez parte do pequeno grupo de psicanalistas formado em torno do Dr. Durval Marcondes, que representou o embrião da futura Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, do qual fizeram parte também Adelheid Koch, Flavio Rodrigues Dias, Frank Phillips, Theon Spanudis, Virgínia Leone Bicudo, Lygia Alcântara do Amaral e Judith Andreucci. 

Nossos pioneiros não pouparam esforços para que a ‘jovem ciência’ da Psicanálise florescesse e trouxeram contribuições valiosas para a divulgação das ideias psicanalíticas, por meio de aulas, cursos em faculdades, entrevistas a jornais, programas de rádio, artigos, trabalhos em instituições psiquiátricas e palestras. 

Além de tornar acessível aos leigos o que era a Psicanálise, foi necessário conquistar a credibilidade científica na busca por um espaço institucional próprio e respeitado. Este grupo não soçobrou diante de todas as dificuldades pelas quais passou, uma vez que as ideias psicanalíticas foram vítimas de fortes oposições na época. Mantiveram seu amor e dedicação à Psicanálise com a esperança de que ela pudesse se desenvolver e expandir.

A inestimável contribuição de Darcy de Mendonça Uchôa para a Psicanálise faz parte da nossa História e estará sempre em nossa memória.

Fonte: Centro de Documentação e Memória (CDM/SBPSP) 

Colaboração: Regina Lacorte Gianesi, membro associado da SBPSP, historiadora, psicanalista e coordenadora do CDM/SBPSP. 



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