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Homenagem a Frank Julian Philips

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Engenheiro de formação, Frank Julian Philips nasceu em 06 de agosto de 1906 em Sidney, Austrália, e mudou-se para os Estados Unidos de onde veio ainda jovem, para o Brasil. Ao assistir uma palestra com a psicanalista Adelheid Koch interessou-se pela psicanálise e posteriormente tornou-se analisando da renomada doutora alemã.

Viveu em Londres entre 1948 e 1968, onde realizou sua formação em psicanálise com Melanie Klein e Wilfred R. Bion. Dedicou-se à atividade clínica, analisando crianças e adultos.

Em 1968, a convite de Durval Marcondes, Phillips voltou ao Brasil e integrou-se ao corpo de analistas e professores do Instituto da SBPSP. Apesar do convite oficial, não integrou-se como membro da Sociedade nesta época. Começou a atender pacientes em seu consultório particular e houve um clima de verdadeira disputa por uma vaga com Phillips, dando origem a uma prática quase desconhecida, a “reanálise”, inclusive de didatas.

Introduziu o pensamento de Bion e contribuiu para uma leitura particular das ideias do psicanalista britânico na SBPSP. Encerrou sua atividade clínica em São Paulo, em 1997, passando a residir na Inglaterra. O livro Psicanálise do Desconhecido é uma compilação de seus artigos e seminários. Faleceu em 13 de agosto de 2004, em Londres.

O Centro Documentação e Memória (CDM) tem como função preservar a história da SBPSP, mantendo viva sua memória e possibilitando estudos e pesquisas valiosos para a formação de psicanalistas. A proposta é mergulhar nas nossas origens para trazê-las de volta ao presente, revitalizadas. Trata-se de um acervo dinâmico. 

Um pequeno grupo de psicanalistas reunido em torno de Durval Marcondes representou o embrião da futura Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Este grupo era formado por Adelheid Koch, Darcy de Mendonça Uchôa, Flavio Rodrigues Dias, Frank Julian Phillips, Theon Spanudis e Virgínia Leone Bicudo, além do próprio Durval Marcondes. Logo juntaram-se ao grupo as psicanalistas Lygia Alcântara do Amaral e Judith Andreucci. 

Estes pioneiros não pouparam esforços para que a ‘jovem ciência’ florescesse em nosso meio. Cada um deles, a seu modo e de acordo com suas possibilidades, trouxe contribuições valiosas para a divulgação das ideias psicanalíticas, por meio de aulas, cursos em faculdades, entrevistas a jornais, programas de rádio, artigos, trabalhos em instituições psiquiátricas e  palestras.

Além de tornar a Psicanálise acessível aos leigos, foi necessário conquistar  a credibilidade científica, na busca por um espaço institucional próprio e respeitado.

As ideias psicanalíticas foram vítimas de fortes oposições na época, e este grupo não desistiu diante de todas as dificuldades. Manteve seu amor e dedicação à Psicanálise com a esperança de que ela pudesse se desenvolver e expandir. Decidimos homenagear este grupo inicial, publicando uma biografia de cada integrante, na data de seu nascimento. 

Fonte: Centro de Documentação e Memória – CDM/SBPSP.

Colaboração: Regina Lacorte Gianesi membro associado da SBPSP, historiadora e psicanalista e coordenadora do CDM – Centro de Documentação e Memória da SBPSP. 



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