Morte e vida: tensões
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Há quase cem anos terminava a Primeira Grande Guerra moderna. Mas alguns pensadores afirmam que ela ainda não acabou, já que permanecemos marcados por um espírito belicoso até os dias de hoje. De fato, podemos observar na história que seguem-se à primeira, a Segunda Guerra, Coreia, Vietnam, Líbano, Bálcãs e terrorismo, entre outros eventos violentos.
As guerras são fruto das paixões destrutivas do homem. Em sua reflexão de 1932, “Porque a guerra?” – tecida em interlocução com Einstein – Freud afirma que são infrutíferas as tentativas de eliminar essas inclinações humanas, como o ódio contra qualquer pessoa além de suas fronteiras. O que se pode fazer é tentar investir em vínculos emocionais amorosos que utilizem a identificação, introduzindo assim as modificações psíquicas que acompanham o processo civilizatório, com o desvio e o deslocamento dos fins instintuais, para a sua limitação.
Mas qual seria o limite possível para as forças destruidoras? Novamente recorremos a Freud (1920) quando nos apresenta a noção de compulsão à repetição, ou seja, a presença da pulsão de morte no psiquismo humano?
Esses são alguns dos desafios que qualquer psicanalista enfrenta em sua compreensão dos fenômenos mundiais e em sua atividade clínica. Em nossos consultórios, também vivemos cotidianamente o embate entre os impulsos destrutivos e a pulsão de vida. Como podemos pensar a tensão entre estas duas forças a partir dos fenômenos psíquicos configurados na contemporaneidade?
Estas são algumas questões que gostaríamos de discutir no evento “Morte e Vida: Tensões”, no sábado, dia 10 de junho, às 9:30, na sede da SBPSP.
Este evento é preparatório para o XXVI Congresso Brasileiro de Psicanálise a ser realizado em Fortaleza, em Novembro de 2017.
“La muerte es una vida vivida. La vida es una muerte que viene.”
Jorge Luis Borges
“Morrer, que me importa? (…) O diabo é deixar de viver.”
Mario Quintana
Silvana Rea é psicanalista e Diretora Científica da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo
One reply on “Morte e vida: tensões”
Sim,nós vivemos toda nossa existência mobilizados, ora pela pulsão de morte, ora pela pulsão de vida.No meu blog http://www.felixpequno.com.br escrevi uma poesia com o título “Pulsão’, caso deseje leia e comente.Abraços!